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Como multi‑instrumentista, compositor e produtor, ao longo de 30 anos de carreira, Júlio Pereira tem norteado a sua preocupação artística por parâmetros que tomam como referência a universalidade das manifestações culturais.
O que, de forma nenhuma, contraria a importância do seu trabalho no âmbito da música tradicional portuguesa e da consideração étnica dos sons e das suas raízes. É que esse trabalho sempre teve como horizonte a incorporação da tradição portuguesa nas correntes estéticas que marcam as sucessivas “contemporaneidades".
Assim, as suas obras de autor, concretizadas em 17 discos de longa duração, depois de reflectirem a importância da inovação musical dos anos 70, centraram‑se num trabalho de recuperação renovadora dos sons dos instrumentos tradicionais “quase perdidos” — de que os mais paradigmáticos exemplos são Cavaquinho (1981), Braguesa (1982) e O meu bandolim (1992) —, bem como, sobretudo a partir dos anos 90, na associação desses sons a (sempre) novas soluções acústicas — como Rituais (2000) significativamente documenta. O que o situa, para além de figura incontornável na música portuguesa das últimas décadas do séc. XX, como um músico do novo século.
Embora o seu trabalho, a partir do disco "Cavaquinho", não se tivesse cruzado com a melodização de textos, a sua selectividade poética levou-o a fazer um disco - Faz-de-conta - que se cruza com nomes nucleares de autores de língua portuguesa, como Eugénio de Andrade e Vinicius de Moraes.
Graffiti, (2008) retoma o som das palavras e associa as mais significativas vozes da música portuguesa ao trabalho de Júlio Pereira, depois de Geografias (2007), que marcou definitivamente a universalidade do compositor e o regresso ao palco do instrumentista.
A atestar a sua experiência e o seu testemunho musical, referem‑se a quase centena de discos em que interveio como instrumentista, orquestrador ou produtor. Não sem deixar de referir a importância da sua íntima ligação à carreira de José Afonso, a partir de finais dos anos 70, bem como a sua participação em trabalhos conjuntos com Pete Seeger e The Chieftains" e ainda Kepa Junkera, Chico Buarque, Dulce Pontes, Sara Tavares, Carlos do Carmo, etc.

 

http://www.juliopereira.pt

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